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Luciana Lima participa de Roda de Conversa sobre Economia Criativa

on terça-feira, 16 de agosto de 2011

Na tarde do dia 12 de agosto os gestores culturais se reuniram com a Diretora de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Luciana Lima, para um bate-papo sobre a nova Secretaria de Economia Criativa a ser implantada pelo MinC. A reunião ocorreu no Cine Líbero Luxardo, no Centur, onde Luciana Lima esclareceu dúvidas acerca do tema e trocou idéias com os presentes.

Durante a Roda de Conversa a diretora destacou que esse é um tema que não se trata apenas de cultura, mas que envolve todos os setores e é transversal a todos os ministérios. Ela ainda adiantou que o Plano estratégico será publicado até o final de setembro e trará em anexo uma cartilha onde constará a metodologia do processo.

Segue abaixo uma entrevista concedida por Luciana Lima, onde ela fala sobre os fundamentos da nova Secretaria.

O que é a Economia Criativa?

É uma economia que está baseada em setores cujos bens e serviços são de natureza simbólica e tem como base, como processo principal, a criação e a criatividade. Então se você imaginar, por exemplo, um cinema, a gente pode necessitar de uma super infra-estrutura em termos de equipamento e tecnologia, mas a base principal de geração de valor do filme é a criação, é o roteiro, a fotografia do filme, além da criação artística do próprio ator, quando ele ta interpretando o papel, então os setores criativos passam a ser percebidos como bens de serviço de natureza simbólica, cujo maior valor agregado está nesse simbolismo, está no valor cultural desse bem, que gera riqueza, tanto econômica porque aqui tem uma dimensão econômica forte, que está ligada a sustentabilidade, que está ligada à condição de vida do criador, do produtor, do gestor, das pessoas que estão envolvidas, dentro desses arranjos criativos, mas esse desenvolvimento econômico também proporciona uma riqueza cultural e social porque dá condição pra que as pessoas trabalhem.

A economia criativa corresponde à dinâmica das relações entre diversos atores que atuam na cadeia produtiva, que atuam nos diversos setores criativos. O Círio, por exemplo, é um grande festejo popular, mas o que esse festejo mobiliza de pessoas, de profissionais, envolve muitos setores que a gente chama de setores nucleares, que são aqueles que não são propriamente criativos mas também envolve aqueles setores relacionados como o turismo, que não faz parte o setor criativo mas é um setor relacionado.

Lá no ministério, quando se pensou a Secretaria da Economia Criativa, é uma Economia Criativa brasileira, não é uma cópia do que já é feito em outro pais porque nós temos as nossas particularidades, mas é uma economia que é baseada em quatro pilares que a gente elegeu como fundamentais, um é a sustentabilidade social, econômica e ambiental, o outro é a inovação, porque a gente começa a pensar não só no setor criativo no sentido do produto mas no processo de gestão, você pensa numa inovação em forma de trabalhar, o outro pilar está ligado à diversidade cultural, que é a nossa grande riqueza, e que é base para essa economia e também resultado e tem também o quarto pilar que é a inclusão social.

Qual seria o papel da dessa nova secretaria?

O principal objetivo da secretaria é institucionalizar políticas públicas nessa área, e a Economia Criativa já existia por si só independente do ministério decidir que vai ter essa secretaria, mas no momento em que se estabelece uma secretaria, se está estabelecendo também uma ação política articulada, uma forma de se ter um olhar diferente sobre um assunto que já existia mas de maneira sistematizada e integrada com os diversos setores, então o governo federal assume uma condução de um processo. Então o exercício da gente nesse primeiro momento principalmente é fazer conhecer o que é essa economia criativa, o que está sendo pensado em torno disso.

Vocês estão visitando todo o país nessa missão?

Sim, estamos indo em vários lugares do país, a gente se divide. O primeiro passo é conhecer e mostrar o que está sendo pensado para esses setores e que eixos principais nós vamos trabalhar, esse eixos vão ajudar a situar o profissional criativo, o empreendedor, o gestor e todas as pessoas que tem relação com esses mercados, e saber como é que eles vão poder se estruturar em torno dessas ações, em torno dos projetos que a gente pretende desenvolver.

Algumas pessoas ainda não entendem o que é Economia Criativa, como está sendo a reação das pessoas ao tema?

Muita gente confunde Economia Criativa com indústria cultural, o que é completamente diferente, aquela industria cultural de massificação, de mercantilização da arte, de pegar um bem cultural que é um bem simbólico constituidor de identidade e tansformar isso num produto que se vende padronizado não é Economia Criativa, não é nisso que estamos falando, a gente fala de uma nova economia, não é a economia esteriotipada, em cima de um lugar comercial, tradicional e capitalista, a gente tem na verdade resgatado Celson Furtado nas nossa discussões, um grande teórico um grande pesquisador e executivo, ele não só pensou mas ele agiu também, e pensou a partir de um desenvolvimento endógeno, que é aquele desenvolvimento do local, não é um desenvolvimento que vem de fora pra dentro, mas identificar potencialidades numa região, identificar vocações, e a partir daí construir um desenvolvimento com as pessoas, esse desenvolvimento ele associou às culturas, ele já falava de cultura de criatividade e desenvolvimento há muito tempo.


Livea Colares - Estagiária de Comunicação - RRN MINC

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